A PRIMAVERA ÁRABE ENTRE A DEMOCRACIA E A GEOPOLÍTICA DO PETRÓLEO
Resumo
A chamada Primavera Árabe marcou o início do ano de 2011 e representou
a abertura de mais uma fase de profundas transformações pelas quais o Oriente
Médio vem passando. O desencadeamento de uma nova onda de revoltas,
pací'cas ou violentas, despertou novamente a atenção internacional após uma
década de certa apatia (iniciada pelos atentados de 11 de Setembro de 2001 e pela
invasão do Afeganistão). Mas, ao longo dessa década, o con/ito árabe-israelense,
por exemplo, permaneceu, ainda que banalizado. A Turquia, parceiro desprezado
pelos europeus, voltou-se para o Oriente Médio com um discurso cada vez mais
“islâmico”, e com a clara intenção de disputar um espaço de liderança no mundo
muçulmano. No Golfo Pérsico, o Irã avançou com seu projeto nuclear, apesar das
sanções e ameaças de todo tipo. A situação do Iraque se manteve estagnada, à
espera da retirada total das tropas norte-americanas e de uma possível in/uência
iraniana sob os setores xiitas do país. E, mais recentemente, ainda que o governo da
Síria possa ser substituído (o que ocorreu na Líbia) supostamente em decorrência
dos desdobramentos do violento con/ito (ou de intervenção estrangeira), 'ca a
incógnita sobre o futuro.