O “NOVO” MUNDO ÁRABE: RUPTURA OU CONTINUIDADE?
Resumo
O mundo árabe está em mudança. O rastilho da Revolução Jasmim, que começou na Tunísia, em
Dezembro de 2010, parece ter-se rapidamente alastrado a outros países. Quatro regimes caíram. Quem
será o próximo? Perante os eventos que têm ocorrido, talvez possamos traçar três cenários possíveis para
o processo em curso: no seguimento dos regimes derrubados, serão instaurados regimes democráticos.
Mas os valores democráticos dos novos regimes não poderão ser impostos (de forma indireta) pelo
Ocidente. O Ocidente não pode impor a “sua democracia” a estes países; pode, antes, convencê-los
a “usá-la”, cada um à sua maneira. Outra possibilidade será os atuais regimes serem substituídos por
novas ditaduras mascaradas de democracias. Por *m, os países poderão assistir à ascensão ao poder
dos movimentos radicais conotados com o fundamentalismo islâmico. Neste artigo, faremos uma
análise dos países que viveram (ou estão a viver) o processo revolucionário, revelando as causas e as
consequências deste processo para cada um deles. De facto, o mundo árabe está em mudança. E essa
mudança pode ter consequências importantes para a comunidade internacional, uma vez que a maior
parte do petróleo que alimenta o comércio mundial vem do Oriente Médio e a instabilidade da área terá
como consequência imediata o aumento do preço do petróleo, o que leva a um aumento dos preços dos
alimentos, dos combustível e subsequentes di*culdades económicas. Por outro lado, a instabilidade do
Médio Oriente e do Norte da África tem implicações para a estabilidade e segurança europeias dada a
proximidade geográ*ca ao Velho Continente.